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Trump dá ultimato a Putin, exige trégua na Ucrânia em 50 dias e ameaça com ‘tarifas severas’

Publicada em: 14/07/2025 19:15 - Internacional

presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu um ultimato à Rússia nesta segunda-feira, 14: ou o líder russo, Vladimir Putin negocia um cessar-fogo com a Ucrânia em até 50 dias, ou Moscou será alvo de novas e duras sanções econômicas.

“Estamos muito, muito insatisfeitos (com a Rússia), e vamos aplicar tarifas muito severas se não alcançarmos um acordo (de cessar-fogo) em 50 dias”, disse Trump, durante reunião com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, na Casa Branca.

Trump disse que o valor das tarifas será de “cerca de 100%” além dos valores já atualmente aplicados. A ameaça de Trump se refere a tarifas diretas, o que teria um impacto mínimo em Moscou, pois a Rússia vende muito pouco para os Estados Unidos (menos de US$ 5 bilhões em 2024).

Mas Trump também ameaçou com tarifas secundárias, que puniriam o setor energético da Rússia e seus clientes - essa seria uma sanção grave, que afetaria países como Índia, China e até o Brasil, um dos maiores compradores de óleo diesel russo.

“Tarifas secundárias são muito poderosas. Espero que dê certo”, disse Trump, citando taxas de até 100%. A Rússia está sob sanções ocidentais desde a invasão da Ucrânia.

A ameaça de tarifas de 100% feito por Trump tem uma abordagem diferente do pacote de sanções que um grupo bipartidário de mais de 80 senadores tem defendido no Capitólio. A proposta deles visa atingir a economia russa com sanções, mas em um nível muito mais alto: 500% para países que comprarem petróleo e urânio russos.

O tom de Donald Trump deixou evidente uma mudança de postura do presidente americano. Ele reclamou que Putin continua a lançar ataques na Ucrânia mesmo depois de terem “conversas telefônicas muito agradáveis”.

“Eu falo com ele muito sobre resolver essa questão. E eu sempre digo, ‘Bem, essa foi uma boa ligação telefônica.’ E então mísseis são lançados em Kyev ou alguma outra cidade”, disse. Trump indicou que isso aconteceu “três ou quatro vezes” e que ele chegou à conclusão de que “a conversa não significa nada”.

“Eu não quero dizer que ele é um assassino, mas ele é um sujeito durão. Isso foi provado ao longo dos anos. Ele enganou muitas pessoas”, disse Trump sobre Putin antes de listar uma série de ex-presidentes que Putin teria engano. “Ele não me enganou. Mas, no final das contas, conversa não é ação. Tem que haver ação. Tem que haver resultados. E eu espero que ele faça isso”.

Envio de Armas à Ucrânia

Além disso, Trump confirmou a retomada do envio de sistemas de defesa aérea para os ucranianos, dizendo que a conta será paga pela Otan.

No encontro, o presidente americano disse também que enviará uma nova leva de armamento às tropas ucranianas, selando a retomada das ajudas dos EUA a Kiev e a reaproximação com o governo ucraniano, com quem teve inúmeros entreveros ao longo deste ano.

No fim de julho, o Pentágono chegou a anunciar a suspensão do envio de mísseis de defesa aérea e munições de precisão. Nesta segunda, como havia dito no domingo, 13, Trump reafirmou que enviará os sistemas antimísseis Patriot, o poderoso sistema anti-aéreo que é considerado um “escudo” do Ocidente - e cujo uso na Ucrânia Putin já disse considerar “uma provocação”.

O Patriot é o mais avançado sistema de defesa que o Ocidente já enviou à Ucrânia, e cada unidade custa cerca de US$ 3 milhões (R$ 15,6 milhões).

Nesta segunda, Trump não só reafirmou que enviará os mísseis bloqueadores do Patriot - que caçam e destroem no ar mísseis e drones russos - como também disse que mandará, através da Otan, baterias para lançamento do sistema, o que agiliza seu uso por tropas ucranianas.

“Teremos alguns chegando muito em breve, dentro de alguns dias... alguns países que possuem Patriots farão a troca e substituirão os Patriots pelos que já possuem. É um complemento completo com as baterias”, disse.

No encontro com Rutte, Trump fez um raro elogio à Europa por ter “muito espírito” na defesa da Ucrânia em sua guerra contra a Rússia. “Eles realmente acham que é uma coisa muito, muito importante a fazer”, Trump disse durante uma reunião no Salão Oval com Mark Rutte. “A Europa forte é uma coisa muito boa”, disse o presidente.

 
 

Sua retórica marcou uma mudança a favor da posição europeia em relação à guerra. Trump passou meses trabalhando para encerrar o conflito, mas tem se mostrado frustrado nos últimos dias com o presidente russo, Vladimir Putin.

Isso pode ter impulsionado a decisão de Trump de permitir que os países europeus comprem armas fabricadas nos EUA para ajudar a Ucrânia a se defender em sua guerra contra a Rússia.

 

“Em resumo, vamos fabricar armas de primeira linha, e elas serão enviadas para a Otan”, disse Trump durante uma reunião. O presidente americano falou que as armas seriam “distribuídas rapidamente ao campo de batalha”. Rutte disse que o arranjo “também pode significar que os países moverão equipamentos rapidamente para a Ucrânia e então os Estados Unidos” estariam “repondo” os estoques desses países.

“A rapidez é essencial”, disse Rutte.

Reação russa

Até o momento, Moscou não respondeu. Antes do encontro, a Rússia lançou ataques aéreos intensos contra a Ucrânia entre a noite de domingo e a madrugada desta segunda-feira. A Força Aérea da Ucrânia informou que neutralizou 108 de 136 drones russos disparados contra o país — um número menor de projéteis se comparado aos maiores ataques registrados na semana anterior.

Há confirmação de disparo de ao menos quatro mísseis a partir da região de Kursk, sem Kiev confirmar o abate de nenhum deles. Dez locais foram atingidos por projéteis. Há confirmação por parte de autoridades locais de seis mortos nas últimas 24 horas.

 

Na semana passada, autoridades de Moscou afirmaram que não especulariam sobre o anúncio de Trump, e que esperariam para ver como Washington se posicionaria neste momento da guerra. Após as declarações de domingo, integrantes de alto escalão do governo apareceram em público para dizer que a Rússia não iria se intimidar com nenhuma iniciativa americana.

“O diálogo entre a Rússia e os EUA continuará apesar dos enormes esforços para interrompê-lo usando todos os meios disponíveis”, disse o chefe do fundo soberano da Rússia, Kirill Dmitriev, a jornalistas russos, acrescentando que qualquer iniciativa estaria “fadada ao fracasso”.

Em sua coletiva de imprensa diária mais cedo, o principal porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, adotou um tom mais brando, evitando criticar abertamente Trump após a confirmação do envio de armas. “O fato é que o fornecimento de armas, munições e equipamentos militares dos EUA para a Ucrânia continuou e continua”, disse Peskov. 

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(msn)

 

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