Nos últimos tempos, as chamadas “canetas emagrecedoras” se tornaram uma febre entre pessoas que buscam perder peso de forma rápida. Prometendo resultados em poucas semanas, elas ganharam destaque nas redes sociais, em conversas de salão e até entre amigos.
Mas por trás da promessa de emagrecimento acelerado, existe um risco silencioso, principalmente quando essas medicações são usadas sem orientação médica.
O médico Lucas Luquetti, que acompanha de perto os efeitos do uso indiscriminado dessas substâncias, chama a atenção para os perigos reais envolvidos. “Felizmente, hoje já é exigida a prescrição para a compra dessas medicações. Isso é um avanço. Mas muita gente ainda tenta dar um jeitinho, comprar por meios alternativos, sem saber o que está colocando no próprio corpo”, alerta.
O uso sem acompanhamento pode potencializar efeitos colaterais já conhecidos, como náuseas intensas, desidratação, hipoglicemia e até problemas gastrointestinais. “Além disso, o paciente que se automedica não sabe quando começar, quando parar, nem como ajustar a dose. E isso é muito sério. Sem o monitoramento médico, o risco de complicações só aumenta”, explica o especialista.
E os impactos não se limitam ao mal-estar passageiro. O mau uso dessas canetas pode afetar órgãos importantes como fígado, rins e coração, especialmente se a pessoa já tiver alguma predisposição ou estiver tomando outros remédios.
“O uso errado pode sobrecarregar o organismo, alterar a frequência cardíaca, a pressão arterial e até aumentar o risco de eventos cardiovasculares”, completa o médico.
Mas não é só o corpo que sofre. A mente também paga o preço. Ansiedade, frustração, baixa autoestima e até quadros depressivos podem surgir como consequência de um emagrecimento que não é sustentável. “Tem gente que começa a depender emocionalmente da medicação. Acredita que só vai conseguir emagrecer com ela e entra num ciclo muito perigoso”, explica Dr. Lucas.
Mesmo com todos esses riscos, muita gente continua usando as canetas por conta própria. E o motivo não é surpresa: a busca por um corpo perfeito, muitas vezes moldado por filtros e edições nas redes sociais. “As pessoas se comparam com padrões irreais, com imagens produzidas e acabam recorrendo a atalhos perigosos. Elas ignoram os riscos porque estão focadas em um resultado rápido”, comenta.
A banalização do tema também contribui para o problema. Com tanta informação circulando de forma irresponsável, o uso dessas substâncias acaba parecendo inofensivo. Mas a verdade é que, sem acompanhamento profissional, a solução pode virar um grande problema.
“Emagrecer de forma saudável exige cuidado, tempo e orientação. Não existe fórmula mágica. E a gente precisa lembrar sempre que saúde vai muito além da estética”, finaliza o Dr. Lucas Luquetti.